A nova Lei de Migração entra em vigor no Brasil com lacunas a serem esclarecidas

A nova Lei de Migração entrou em vigor hoje no Brasil com o objetivo de igualar os direitos e deveres dos estrangeiros aos brasileiros e facilitar sua chegada ao país como mão de trabalho, embora seja ainda para esclarecer como aplicar o texto à realidade, de acordo com especialistas consultados pela Efe.

São Paulo, 21 de novembro (EFE) .- A nova Lei de Migração entrou em vigor hoje no Brasil com o objetivo de igualar os direitos e deveres dos estrangeiros aos brasileiros e facilitar sua chegada ao país como uma força de trabalho, embora seja ainda para esclarecer como aplicar o texto à realidade, de acordo com especialistas consultados por Efe.

A legislação, promulgada em maio passado pelo presidente Michel Temer com uma série de vetos, substituirá o Estatuto dos Estrangeiros, que data da ditadura militar (1964-1985) e viu o imigrante como "uma ameaça à segurança nacional ", disse à Efe Diana Quintas, advogada no Brasil da firma Fragomen.

" �? uma reforma total da migração. restritivo (...) O novo é totalmente aberto, dá direitos e garantias e proíbe expressamente a xenofobia "e o racismo, diz o advogado.

Para o professor Istvan Kasznar, do centro de Estudos econômicos Fundação Getulio Vargas (FGV), o documento atual é "mais liberal e adequado para abordar adequadamente os direitos humanos" dos imigrantes.

A norma, orientada pelo agora chanceler Aloysio Nunes, equivale aos direitos e deveres dos imigrantes aos brasileiros, regula a sua entrada e permanência no país, além de propor orientações para promover políticas publicas dirigidas a eles.

Por outro lado, estabelece a visita de visitas, que incluirá turismo e negócios, e permite que estrangeiros com cursos superiores ou equivalentes trabalhe no Brasil sem a necessidade de chegar a uma proposta formal de emprego de uma empresa com sede no país.

No entanto, continua a ser visto como é realmente articulado no Nesse sentido, Kasznar assegura que na lei "há muita escrita em face da lei". galeria ", mas, na opinião dele," o realismo em certas questões "não se reflete com" a propriedade que seria esperada ".

Para a professora não faz muito sentido garantir imigrantes "acesso aos serviços de saúde pública e à assistência social e ao sistema de pensões" (artigo 4º VIII), quando "o brasileiro hoje não possui assistência médica qualificada nem uma boa assistência social ".

" �? uma carta morta porque, no fundo, essas pessoas do Haiti e da Venezuela chegarão e serão abandonadas ", acrescenta.

Entre os anos de 2010 e 2015 O número de empregados imigrantes aumentou 131% no Brasil, de 54.333 para 125.535, o que corresponde a menos de 0,5% dos trabalhadores no mercado de trabalho formal, de acordo com dados oficiais.

Em 2015, os haitianos representaram 26,4% da força de trabalho imigrante no país.

"A lei tem lacunas e trouxe a menção de um decreto em Quintas, que considera que, com a publicação do decreto, o assunto não será resolvido porque alguns pontos requerem ações conjuntas dos Ministérios do Trabalho, Justiça e Relações estrangeiras.

Para poder procurar um emprego sem uma oferta formal de trabalho, será necessário ter o título de um curso superior ou equivalente em "profissões estratégicas para Brasil ", mas não há" detalhes "sobre o que essas atividades são, enfatiza o advogado.

A lei também precisa definir um sistema de controle, como aquele que já trabalha em países avançados em receber imigrantes, como o Canadá e a Austrália; controverso ", ressalta Kasznar.

Para Quintas, a lei" também é controversa em um momento de tanto desemprego "e em meio aos efeitos ainda latentes da crise econômica.

a nova lei entra em vigor com uma série de vetos de Temer que responderam de certa forma às pressões de grupos de direita considerando que abriu as portas do país indiscriminadamente para estrangeiros.

Diante dessas mudanças de profundidade, os órgãos competentes têm até um ano para unificar sistemas informáticos baseados na nova lei, mas Eles ainda não começaram, diz Quintas.

"Não adianta ter uma lei linda, aberta, pioneira, de vanguarda e equilibrada, se você não pode pôr em prática", acrescenta.

Carlos Meneses Sanchez