O Brasil acumula até outubro o menor déficit com o exterior em dez anos

O Brasil acumulou nos primeiros dez meses deste ano um déficit em suas transações no exterior de 3.033 milhões de dólares, o menor para o período da última década, relatado hoje o banco central.

Rio de Janeiro, 23 de novembro (EFE) .- O Brasil acumulou nos dez primeiros meses deste ano um déficit em suas transações externas de 3.033 milhões de dólares, o menor para o período Na última década, o Banco Central informou hoje.

O chamado déficit de conta corrente no Brasil entre janeiro e outubro deste ano foi quase cinco vezes menor que o acumulado no mesmo período de 2016 (16.931 milhões de dólares) e 17 vezes inferior aos primeiros dez meses de 2015 (53.491 milhões de dólares), de acordo com os dados da agência emissora.

Os números estão em linha com os esperados pelo Banco Central, que para 2017 prevê uma diferença negativa de 16 mil milhões de dólares entre os recursos que o Brasil envia para o exterior através de seus saldos de comércio, serviços e renda e aqueles que recebe de outros países para os mesmos conceitos.

A previsão de déficit para este ano, se cumprida, será 31,9% menor do que em 2016 (23.500 milhões de dólares), quase três vezes menor do que em 2015 (58.800 milhões de dólares) e o menor nos últimos dez anos, desde 2007, quando o país registrou um excedente de 408 milhões de dólares em suas transações com o exterior.

O bom resultado nas contas atuais do Brasil até agora neste ano foi impulsionado principalmente pelo saldo comercial, que entre janeiro e outubro acumulou um excedente de 56.130 milhões de dólares, saldo positivo muito superior ao mesmo período de 2016 (36.310 milhões de dólares).

O grave A recessão que o Brasil enfrentou nos últimos dois anos reduziu significativamente a demanda por produtos externos e a forte queda das importações aumentou os ganhos que o país obteve graças ao forte aumento dos preços nos mercados externos de várias matérias-primas que exporta, principalmente grãos e minerais.

O alto superávit comercial compensou as saídas de recursos no saldo de serviços e no saldo financeiro até outubro.

Os números das contas externas no período também refletem a recuperação incipiente da economia brasileira em 2017, quando um crescimento econômico de 0,70% é esperado após dois anos de recessão profunda.

A economia brasileira retraiu 3,5% em 2015 e outra 3,6 em 2016, o que levou a dois anos consecutivos de crescimento negativo pela primeira vez desde a década de 1930.

O Banco Central também informou que o investimento estrangeiro direto No Brasil, subiu de 54.900 milhões de dólares nos primeiros dez meses de 2016 para 60.000 milhões de dólares entre janeiro e outubro deste ano.

O valor reforça a previsão do Governo brasileiro, segundo o qual o país terminará em 2017 com 75 mil milhões de dólares em investimentos produtivos de estrangeiros.

O investimento estrangeiro recebido pelo Brasil neste ano, portanto, será mais do que suficiente para financiar o déficit de conta corrente do país em 2016 (23,5 bilhões de dólares).