O Brasil investigará a presença de ractopamina na carne exportada para a Rússia

O governo brasileiro entrou em contato com as autoridades de saúde russas para solicitar relatórios que detectaram a presença de ractopamina na carne de porco exportada para aquele país, a partir do qual iniciará uma investigação, informou fontes oficiais.

Brasilia, 21 de novembro (EFE) .- O governo brasileiro contatou hoje as autoridades de saúde russas para solicitar relatórios que detectaram a presença de ractopamina em carne de porco exportados para esse país, a partir do qual iniciarão uma investigação, informaram fontes oficiais.

O Ministério da Agricultura "solicitou o envio de certificados" dos serviços de inspeção, bem como os relatórios laboratoriais "indicando a presença do estimulante de crescimento" para fazer "uma investigação interna e, consequentemente, as correções necessário em um caso positivo ", disse ele em comunicado.

A Rússia proibiu temporariamente a importação de carne e porco do Brasil a partir de 1º de dezembro, devido à não conformidade com os regulamentos sanitários, conforme relatado na véspera pelo Serviço Federal de Controle Veterinário e Fitossanitário (Rosseljoznadzor).

No entanto, o Ministério da Agricultura sublinhou que "até agora não recebeu pelo governo russo qualquer notificação de suspensão da carne bovina e da carne de porco brasileira, apenas a notificação sobre a presença de ractopamina, uma droga utilizada como aditivo para promover o crescimento muscular no animal.

Na sua defesa, afirmou que o Brasil usa "o sistema de segregação de porcos para a exportação de carne para a Rússia, o que tornaria impossível detectar a ractopamina. "

Os documentos com as análises já foram entregues à embaixada do Brasil na Rússia, em Moscou e eles estão sendo traduzidos para que eles possam ser enviados para o gigante sul-americano, que é um dos maiores exportadores de carne do mundo.

Rosseljoznadzor anunciou recentemente que impõe um regime de controle adicional aos produtos de carne de seis empresas brasileiras cujos suprimentos não correspondem aos padrões veterinários e sanitários Russo.

Em 2016, a Rússia foi o quarto maior mercado de exportações de carne brasileira por trás de Hong Kong, China e Egito, de acordo com dados da Associação Brasileira de Indústrias de exportação de carnes. Em março, várias empresas brasileiras de carne foram objeto da chamada operação "Carne Fraca" em português, que descobriu uma máfia de produtores que subornaram os promotores da saúde para vender carnes em mau estado ou adulterados em território nacional e no exterior.

Esse escândalo levou a uma pontuação de importadores, incluindo mercados importantes como a China, Hong Kong e a União Européia (UE), para impor restrições temporárias às carnes brasileiras, que já foram levantadas.